Vida

   "Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
    Não há nada mais simples.
    Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
    Entre uma e outra todos os dias são meus."

Fernando Pessoa


     Sou Fernando António Nogueira Pessoa. Poeta português, nascido em Junho de 1888, em Lisboa. Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal, porém, com plena certeza, por mérito próprio.

   Minha vida sempre fora repleta de experiências que levaram-me a obter o conhecer necessário para alcançar o patamar em que sou classificado. Aos cinco anos de idade  perdi meu pai e ganhei um irmão, que também faleceu um ano após. Quando minha mãe casou-se com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul, mudamo-nos para lá, onde aprendi de forma excepcional a língua inglesa e permaneci até 1904, o momento em que encerrei meus estudos.

    Ao retornar definitivamente para Lisboa em 1905, matriculei-me no curso superior de Letras da Universidade de Lisboa, o qual abandonei com menos de um ano concluído. Passei a dedicar-me à tradução de correspondência comercial da língua inglesa e francesa, profissão em que fui mantido por toda a vida. Desta forma, tornei-me empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, produzindo minhas obras em meio a tudo isso.

    Não posso esquecer em hipótese alguma uma peculiaridade que fora forte auxílio para elevar-me como poeta famoso e que ainda hoje é alvo de estudos sobre mim: as múltiplas personalidades. Não, é evidente que eu nunca me contentaria em ser apenas um  necessitava viver outras vidas, ser outros além de mim mesmo! , portanto criei meus famosíssimos Heterônimos. Fiz vários deles, formulando todas as características que vão desde o nome até suas histórias de vida, de maneira que até publiquei algumas de minhas obras em seus nomes. Destacaram-se para mim três deles: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

    A história conclui-se, de maneira trágica, em 30 de Novembro de 1935. Em Lisboa, enquanto ainda possuía 47 anos de idade, faleci como vítima de uma crise hepática causada por uma cirrose hepática, esta provocada pelo excesso de álcool que consumi ao longo da vida. Em meus últimos momentos de vida, clamei por meus heterônimos e produzi o máximo que fui capaz. A última frase que escrevi fora em inglês:
I know not what tomorrow will bring.  Eu não sei o que o amanhã trará.
   Neste momento, cabe ao mundo utilizar-se do que deixei e extrair dali o que aprouver-lhes.
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

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